A religião está presente em várias partes do Brasil, e só na cidade de Salvador, BA, mais de 2300 terreiros de Candomblé estão registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-Brasileiros.
Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, México, Panamá, Colômbia, Venezuela, Argentina, Uruguai e partes da África, receberam o Candomblé em seus territórios, pois este vem sendo cada vez mais procurado por turistas e autoridades que buscam prestígio midiático, e acabam fazendo do Terreiro um objeto meramente estético, não religioso.
Alguns Terreiros que possuem fama na sociedade, estão funcionando como empresas, visando a promoção de eventos, e acúmulo de presentes e dinheiro.
'Tem muito preconceito', diz praticante do candomblé do Sul do Rio
Apesar da intolerância, Rosana dos Santos acredita em mudança.
Ela é segunda entrevistada em série pelo Dia da Consciência Negra.
Há 25 anos a
trançadeira Rosana Domício dos Santos é praticante do candomblé. Há 25 anos
ela, que é moradora de Barra Mansa, no Sul do Rio de Janeiro, convive com a
intolerância em relação à religião de matriz africana.
"Tem muito
preconceito, ninguém aceita", afirmou. "Em certo lugares que eu ia,
eu preferia não falar que eu era [praticante do candomblé]. Em entrevista de
emprego eu não pude falar da minha religião. A pessoa disse: 'Você pode até
trabalhar aqui, mas por favor não fale da sua religião aqui, porque a gente não
gosta' ".
A trançadeira é a
segunda entrevistada do G1 em uma série de reportagens pelo Dia da Consciência
Negra, em 20 de novembro, que procura abrir espaço para moradores do Sul do Rio
negros ou ligados à cultura africana, além de debater o preconceito. De acordo
com Rosana, a intolerância religiosa se manifesta de diferentes formas. Se ela,
por exemplo, usa turbante, que pode ou não estar atrelado a alguma religião, a
pessoa "já te tacha, aí já vem logo o preconceito".
"As pessoas misturam
candomblé com macumba. Aí as pessoas [falam]: 'Ah, é macumbeiro'. A visão que
as pessoas têm é que macumbeiro vai fazer mal para você. E não é assim! Tem
pessoas boas e pessoas ruins, como toda religião, mas as pessoas tacham que é
do candomblé, é ruim. Mas não é assim. Isso é do coração da pessoa",
argumentou.
"Aí fora ouve-se
muitas críticas. Quando as pessoas aprendem, acabam as críticas. Até para falar
de um assunto, você tem que entender", disse. "Antes de você
criticar, busque, vá saber do assunto. Depois pode criticar".
Rosana revela que hoje
não esconde de ninguém que é praticante do candomblé. No trabalho, atende
clientes de várias religiões e diz que nunca sofreu preconceito por parte
deles. Acredita que a intolerância é menor do que no passado, apesar de ainda
existir."Hoje em dia a cultura mudou muito. Hoje as pessoas já estudam
mais, estão entendendo mais, então está mudando", concluiu, esperançosa.
http://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2015/11/tem-muito-preconceito-diz-praticante-do-candomble-do-sul-do-rio.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário